Hoje, dia 14 de novembro, celebra-se o Dia Mundial do Diabetes, data criada em 1991 pela International Diabetes Foundation (IDF) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar a população sobre a doença. De acordo com o Atlas da IDF, o Brasil tem mais de 12 milhões de diabéticos. Esse número representa quase 8% da população do nosso país, que é o 4º do mundo em números absolutos de portadores da doença. Globalmente, há 415 milhões de diabéticos, o que corresponde a uma pessoa em cada 11 habitantes. Em 2015, no Brasil, 42% dos diabéticos que morreram tinham menos de 60 anos. No mesmo ano, 5 milhões de pessoas morreram no mundo por causa do diabetes, mais que a soma dos óbitos causados por AIDS, tuberculose e malária.
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Pensando em como a doença pode ser devastadora, a endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP), Dra. Andressa Heimbecher, esclareceu alguns mitos e verdades sobre a enfermidade.
7 mitos e verdades sobre o diabetes
O mito: Comer doce leva ao diabetes. A verdade: Para ter diabetes é preciso ter pré-disposição genética à doença e outras associações, como obesidade, sedentarismo e histórico familiar. Portanto, consumir açúcar exclusivamente, não leva à doença. Mas para quem tem diabetes, certamente há necessidade de moderar esse consumo.
O mito: é fácil saber os sinais do diabetes.A verdade: Os sintomas do diabetes não são claros e variam de uma pessoa para outra. É importante fazer exames de rotina para saber os fatores de risco e obter diagnóstico preciso.
O mito: É possível curar o diabetes. A verdade: Existem vários estudos sérios para achar a cura, mas nada ainda que possa ser afirmado. “Portanto, cuidado com falsas promessas disseminadas na internet”, reforça Dra. Andressa.
O mito: diabéticos podem ter mais gripes e resfriados. A verdade: não há relação. O que os médicos indicam é que portadores de diabetes tomem a vacina, pois gripes e resfriados costumam dificultar o controle do diabetes, levando a complicações.
O mito: só obesos têm diabetes tipo 2. A verdade: embora o sobrepeso seja um fator, não é causa única. A doença também está associada ao histórico da família e à idade. Muitas pessoas consideradas magras também são diabéticas.
O mito: diabéticos não podem comer pães, batata e massas. A verdade: não há restrições, o que se deve fazer é controlar a porção. Isso porque a alimentação saudável é a chave da boa saúde. Os diabéticos que precisam controlar a quantidade de carboidrato ingerida devem ficar atentos aos níveis de glicose, para saber a porção certa desses alimentos a ser ingerida.
O mito: frutas podem ser consumidas sem controle pelos diabéticos. A verdade: depende, pois, embora sejam muito saudáveis, elas contém carboidratos e, por isso, devem obedecer ao planejamento alimentar e à contagem dos carboidratos.
“Para profissionais de todas as áreas envolvidos no controle da doença, a abordagem multidisciplinar como base de tratamento deve ser sedimentada para alavancar processo de melhora nos níveis glicêmicos. Para o paciente, o entendimento das causas do diabetes e a implementação de uma rotina de mudanças de hábitos de vida é o pilar para todo o tratamento”, alerta a endocrinologista da SBEM-SP.
Consequências cardiovasculares
O cirurgião vascular Dr. Caio Focassio, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, explica que no caso do sistema circulatório, a diabetes provoca a aceleração do processo arteriosclerótico das artérias. Isso leva a isquemia dos tecidos irrigados pelas mesmas, podendo gerar amputação de membros e outras complicações graves.
“Envolvidas pela doença, as artérias coronárias podem causar isquemia do miocárdio, que podem levar ao infarto cardíaco e as artérias renais, insuficiência renal grave e até mesmo a parada de funcionamento renal e também as artéria dos membros – principalmente os inferiores. Esse problema leva ao quadro de isquemia de pé e pernas, causando até gangrena e amputação”, alerta o médico.
Isso acontece porque o diabetes também lesa as pequenas artérias – é o que leva ao chamado pé diabético que é originado pela isquemia da microcirculação local afetada. Caio conta que, devido a essa lesão há uma perda de sensibilidade local e assim, o paciente começa a pressionar excessivamente a planta do pé ao andar – o que ocasiona ferimento de grave para ser tratado já que todos os tecidos estão comprometidos por essa isquemia.
“Uma isquemia pode evoluir até a artéria de grande calibre ocasionando grandes lesões – é o que chamamos de gangrena – responsável por grandes e mais complicadas amputações”, avisa o especialista. Por isso, o controle da diabetes é essencial para que a doença não evolua a ponto de amputações e de complicações que podem ainda acometer o coração, olhos e rins.
A doença atrapalha a prática de exercícios?
“Pacientes diabéticos podem e devem fazer exercícios físicos, pois a prática colabora para estimular uma importante proteína (GLUT-4), que carrega a glicose que está sobrando no sangue para dentro da célula. A pressão arterial, o peso e as taxas de colesterol ficam mais controlados, o que ajuda para a boa saúde do diabético”, comenta Dr. Marcio Krakauer, também endocrinologista da SBEM-SP.
Todo diabético precisa de cuidados específicos, alerta o médico. Quando o atleta é de alto rendimento, como um jogador de futebol profissional, por exemplo, toda a equipe que o acompanha precisa estar atenta aos sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia e, principalmente, aos métodos adequados para socorrer esse atleta.
Cardápio diferenciado e treinos dirigidos especialmente para o atleta devem ser seguidos. O monitoramento constante da glicose é fundamental e o conhecimento das necessidades do próprio organismo também é importante. “Esses atletas precisam se conhecer muito bem acima de tudo e entender como seu corpo e glicemia reagem ao estresse, ao exercício intenso, à competição e alimentação”, pontua Dr. Krakauer.
Tontura, tremores, visão turva, fome, irritabilidade e suor excessivo são os sintomas mais comuns da hipoglicemia. Para os atletas profissionais diabéticos, é fundamental que as monitorizações sejam feitas constantemente, antes, durante e depois das atividades, seja com caneta ou até sensores que medem a glicose continuadamente e podem eventualmente ser usados durante a partida ou competição. “Caso o atleta venha a ter alguma complicação como retinopatia, por exemplo, não se deve recomendar esforços intensos.”, alerta o médico.
Trigo: uma arma contra o diabetes
Uma dieta rica em fibras integrais pode ajudar pessoas com diabetes tipo 2 a controlar a doença. É o que afirma um estudo publicado recentemente no Journal of Nutrition, da Oxford Academic, que relacionou a redução do risco para a doença com o maior consumo de grãos integrais. Por conter fibras e magnésio, o trigo integral, por exemplo, é um dos principais da lista de alimentos que fornece vitamina B e minerais, e que ajuda a controlar a glicemia de diabéticos, pois consegue baixar o nível de glicose no sangue e melhora a produção de insulina pelo pâncreas após as refeições. Além disso, seu consumo também reduz as chances de desenvolver a doença.
Alimento típico da culinária sírio-libanesa, ele pode ser encontrado em diversos pratos. O restaurante Arabesco, ensina um prato especial do seu menu que contém o alimento.
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Arabesco Integral
Ingredientes:
– 1 xícara (chá) de trigo grosso;
– 1 xícara (chá) de grão de bico;
– Sal à gosto.
Modo de Preparo:
Lave bem o grão-de-bico em água corrente, escorra e reserve. Faça o mesmo com o trigo grosso. Cozinhe o grão-de-bico, em uma panela de pressão, por 10 minutos. Quando terminar, em outra panela, coloque o trigo grosso junto com o grão de bico, para ferver, por 30 minutos. Tempere com sal. Abaixe o fogo e deixe cozinhar até a água secar totalmente. Quando a água secar no fundo da panela, é sinal de que está pronto.
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