quarta-feira, 13 de março de 2019

Muito impacto gera lesão no ílio-tibial. Saiba o que fazer para voltar a treinar

Muitos corredores já foram sofreram pela síndrome da banda ou trato ílio-tibial (STIT), popularmente conhecida como joelho do corredor. Esta lesão envolve um processo inflamatório inicial e a posterior degeneração pontual da faixa de tecido conectivo da parte lateral da coxa que se estende desde a crista ilíaca no quadril (saliência do osso da bacia) até uma outra saliência óssea palpável no lado externo da perna, logo abaixo do joelho, chamada de tubérculo de Gerdy.

Foto: Astrosystem/Fotolia

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Esta faixa de tecido conjuntivo, chamada de trato ílio-tibial, é conectado a um músculo, o tensor da fáscia lata. Quando não é devidamente alongado e fortalecido, este tipo de lesão pode ocorrer. Em seu trajeto até a inserção logo abaixo do joelho, o trato ílio-tibial passa justamente ao lado do osso da coxa, chamado de fêmur, um local onde existe uma saliência óssea, o côndilo femural. Com a infinita sucessão de passadas durante a corrida, em um movimento cíclico e normalmente duradouro, este tendão sofre uma fricção sobre esta saliência do fêmur.

Essa fricção pode evoluir para um quadro de inflamação local e posteriormente para o desgaste do tecido. Quando isso acontece o corredor pode apresentar inchaço (edema) no local, dor, crepitação e dificuldade para dobrar os joelhos a partir de  certo ângulo de movimento. Esta condição clínica é referida pelo corredor como uma dor que ocorre ao lado do joelho, sobretudo no desenvolvimento das passadas e até com um estalido audível no local, algo como um “click”. A lesão normalmente melhora com repouso relativo e aplicações de gelo. Durante esta fase, a corrida não se torna impossível, porém, é bastante desconfortável.

Como esta lesão acomete geralmente os corredores, a literatura científica denominou-a de “joelho do corredor”. O diagnóstico é feito pelo médico com base na história clínica do paciente, de que forma a dor iniciou e sintomas no local, além do exame físico, durante o qual o médico tenta mimetizar a dor referida pelo paciente durante o mesmo movimento de passada da corrida.

Foto: Focus Pocus/Fotolia

Foto: Focus Pocus/Fotolia

Exames de imagem como o ultra-som ou ressonância magnética podem auxiliar na elucidação do diagnóstico, mas não são imprescindíveis para o início do tratamento. A melhora do quadro está baseada no repouso relativo da articulação, através da diminuição da carga sobre joelho, ou seja, menos quilômetros percorridos até o desaparecimento da dor.

Além disso, estão indicadas sessões de fisioterapia para a diminuição da dor (analgesia), seguida por um recondicionamento muscular muito criterioso. Este recondicionamento objetiva o reequilíbrio muscular e deve incluir exercícios de alongamento e  fortalecimento da musculatura lateral da coxa, que é composta pelos músculos abdutores e rotadores externos do quadril, grupos musculares geralmente esquecidos durante treinos de alongamento e musculação.

Foto: Dirima/Fotolia

Foto: Dirima/Fotolia

O uso da medicação anti-inflamatória é muito discutível, e sua eficiência já não está mais comprovada na fase crônica, além de causar sérios efeitos colaterais que normalmente não justificam seu uso. O controle da dor pode ser conseguido através do uso de compressas de gelo (por volta de 10 minutos a cada 2 horas) e de medicação analgésica.

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