quarta-feira, 8 de maio de 2019

Você tem tendência a ter um estiramento na coxa? Saiba quais são os fatores de risco

Foto: Adobe Stock

Você já sentiu como se seu músculo fosse puxado ou uma fisgada como se levasse uma pedrada? As lesões dos músculos isquiotibiais (posterior da coxa) ocorrem com frequência em atletas e são muito mais comuns nos esportes onde o arranque é necessário, ou seja, os esportes que exigem mais força muscular, como a corrida, o futebol, o tênis e o basquete.

Um estiramento dos isquiotibiais (IQT) é uma lesão de um ou mais grupos musculares na parte de trás da coxa. A maioria das lesões deste tipo respondem bem ao tratamento conservador, não cirúrgicos.

Os três músculos IQT estão na parte posterior da coxa. São eles: semitendíneo, semimembranoso e bíceps femoral. A origem é na parte inferior da pelve, na tuberosidade isquiática.  Eles atravessam a articulação do joelho e se inserem na parte inferior da perna. As fibras dos músculos IQT se juntam com o tecido duro, conjuntivo, dos tendões perto dos pontos onde se ligam aos ossos, e ajudam a estender a perna para trás e dobrar o joelho.

Lesões
Podem ser divididas em estiramento, ruptura parcial ou completa. Também são classificadas de acordo com sua gravidade e tempo de cicatrização. A lesão grau um é leve e geralmente cicatriza rapidamente. Uma lesão de grau três é uma ruptura completa do músculo que pode levar meses para cicatrizar.

A maioria das lesões ocorrem na parte muscular ou na área onde as fibras musculares se juntam às fibras do tendão. Nas lesões IQT mais graves, o tendão separa completamente do osso, e podem até mesmo puxar um pedaço de osso. Isso é chamado de lesão por avulsão.

Causa
Sobrecarga muscular é a principal causa de lesão. Isso pode acontecer quando o músculo é estirado além de sua capacidade ou desafiado com uma carga súbita. Geralmente ocorrem quando o músculo se alonga durante uma contração (contração excêntrica) ou encurta numa força súbita. As avulsões do tendão também são causadas por grandes cargas repentinas.

Fatores de risco
– Rigidez muscular: músculos são vulneráveis à tensão. Os atletas devem seguir um programa durante todo o ano de exercícios de alongamento diários.

– Desequilíbrio muscular: quando um grupo muscular é muito mais forte do que o seu grupo oposto, o desequilíbrio pode levar a uma lesão. Isso acontece com frequência com os músculos IQT. Os músculos do quadríceps na parte da frente da coxa são geralmente mais poderosos. Durante as atividades de alta velocidade, o tendão pode tornar-se cansado mais rapidamente do que o quadríceps e lesionar.

– Mal condicionamento: se os músculos são fracos ou despreparados para a atividade solicitada, eles são menos capazes de lidar com o estresse do exercício e são mais propensos a lesão.

– Fadiga muscular: a fadiga reduz a capacidade de absorção de energia dos músculos, tornando-os mais suscetíveis a lesões.
– Escolha da atividade: qualquer um pode experimentar a lesão no tendão, mas aqueles especialmente em risco são os corredores e participantes de esportes que necessitam de tiros e mudanças bruscas de direção.

– Idade: lesões dos IQT ocorrem com frequência em adolescentes devido ossos e músculos não crescem na mesma proporção. Durante um pico de crescimento, os ossos de uma criança podem crescer mais rápido do que os músculos. O crescimento ósseo puxa o grupo muscular encurtado e num salto repentino, chute, ou impacto pode rasgar o músculo longe de sua conexão com o osso.

Sintomas e sinais de lesão 
Ocorre uma súbita dor aguda na parte afetada da coxa, fazendo com que você chegue a uma parada rápida, ou queda.

A lesão provoca inchaço durante as primeiras horas. Hematomas ou descoloração da parte de trás da perna abaixo do joelho ao longo dos primeiros dias. Fraqueza na coxa, que pode persistir por semanas

Tratamento
O tratamento varia de acordo com o tipo de lesão, a gravidade e as necessidades e expectativas do paciente.  A maioria das lesões cicatriza com tratamento conservador, com uma combinação de proteção, repouso, gelo, compressão e elevação. Pode ser recomendada uma tala, para manter o joelho em posição neutra, ou métodos alternativos como PRP (plasma rico em plaquetas).

Uma vez que a dor inicial e inchaço reduziram, a fisioterapia analgésica pode começar gradualmente a ser dirigida a parte motora. Exercícios específicos podem restaurar a amplitude de movimento e força. Alongamentos suaves irão melhorar a amplitude de movimento, e exercícios de fortalecimento serão gradualmente adicionados ao programa.

A cirurgia é mais frequentemente realizada para as lesões por avulsão do tendão, ou quando o tendão puxa completamente um fragmento de osso. A avulsão do tendão proximal é mais comum do que a distal.  A cirurgia também pode ser necessária para reparar uma ruptura completa intramuscular.

Fonte: Dra. Ana Paula Simões

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