A respiração é fundamental para nos mantermos vivos pois ela tem a função de oxigenar o corpo. O sistema respiratório realiza a troca de gases com o ar atmosférico e assegura a concentração de oxigênio no sangue, que é essencial para as reações metabólicas do organismo e para ajudar a regular a temperatura corpórea. Se a respiração já é tão importante assim enquanto estamos parados, imagina durante as atividades físicas.
O treinador da Bio Ritmo, Nelson Tiago Talarico, explicou a relação entre a corrida e a respiração. “O oxigênio captado pelos pulmões é transformado em energia fazendo com que o atleta tenha capacidade de executar a corrida. A respiração é algo que deve ser feito de forma natural, o que determina se você vai inspirar ou expirar de forma mais devagar ou rápida são as condições determinadas pelo tipo de treino e pelo condicionamento da pessoa que o pratica”.
Sua forma de respirar pode interferir diretamente na sua performance. Durante a atividade física, o corpo precisa de uma ventilação maior, especialmente nos exercícios mais intensos e por isso é preciso ter controle da respiração, para assim facilitar o exercício, auxiliar no aumento da resistência e evitar a fadiga precoce.
“A demanda de oxigênio deve acontecer constantemente para permitir ao atleta realizar a atividade física, seja ela, corrida, natação, bike ou outras. Dependendo da intensidade que o praticante desenvolve a respiração pode ser alterada e tornar a hiperventilação pulmonar muito mais difícil”, alerta o treinador.
Até aquela dorzinha chata na lateral da barriga na hora de correr, que é conhecida como dor de burro, pode ser resultado de uma má respiração, já que a falta de oxigenação do diafragma, causa a chamada isquemia local. Isso geralmente ocorre quando o atleta está se exercitando num nível mais forte do que o seu condicionamento físico e o corpo não consegue suprir a necessidade de oxigênio. Por isso também é bom se lembrar de fortalecer os músculos que ajudam no processo e no movimento de respiração, como abdômen, diafragma, intercostais e paravertebrais.
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Pelo nariz ou pela boca?
Muitas pessoas acreditam que é preciso inspirar pelo nariz e soltar pela boca, mas na verdade, isso varia de acordo com o ritmo do exercício. Ficar preso a um modelo de respiração pode causar uma falta de coordenação e fazer a pessoa se cansar mais rápido.
“Durante um trote, o corredor ainda consegue respirar pelo nariz, o que é melhor, porque o ar é filtrado e aquecido antes de chegar aos pulmões. Porém, em um treino de tiros, no qual a intensidade da atividade é muito alta, fica mais difícil trabalhar apenas com a respiração nasal, o que obriga o corredor a respirar também pela boca. Então você deve respirar de acordo com o que seu corpo solicitar“, afirma Nelson.
Como sei se estou respirando corretamente?
O treinador explica que a respiração deve ser abdominal (diafragmática), aquela que infla a barriga e não o peitoral. “Quando inspiramos, o diafragma, que está localizado na região central do corpo separando o tórax do abdômen, realiza um movimento para baixo, enche como um balão e pressiona o abdômen para fora. Na expiração o diafragma realiza o movimento para cima, o balão esvazia e a barriga murcha. Desta forma, oxigena o cérebro, além de aumentar o condicionamento físico”.
Durante a corrida…
De acordo com Nelson, na corrida não existe uma regra. “O ciclo de respiração simultâneo ajuda a economizar energia e a estabelecer um ritmo respiratório. Por isso, coordene-se. Você pode, por exemplo, a cada duas passadas, inspirar e a cada outras duas expirar; o importante é que o intervalo entre dois movimentos seja o mesmo. Não importa como, você variar até encontrar a melhor maneira e se ajustar. Depois de um tempo esse processo se automatiza”.
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