Sentir desconforto abdominal no dia-a-dia é rotina para muitas pessoas. Náusea, refluxo, queimação, dor abdominal, inchaço estomacal e vômitos frequentes podem representar uma inflamação no estômago, conhecida como gastrite. Nesse post aqui a gente já te deu um panorama geral sobre o que é a doença, suas causas e cuidados para melhorar. Agora, o assunto a associação entre atividade física e refluxo.
A relação entre a doença e atividade física para certos pacientes é de amor e para outros de ódio. Um gastroenterologista ao diagnosticar um paciente recomenda como cuidado inicial a reeducação alimentar acompanhada por vezes do uso de antiácidos, antibióticos ou protetores estomacais. “No entanto, o paciente deve ser encorajado a viver um estilo de vida saudável, incluindo exercícios físicos de intensidade progressiva, aliados a uma terapia e monitoramento minucioso adequados por seu médico”, recomenda Matheus Baltar, personal trainer consultor da Oficial Farma.
Não existe uma relação direta entre uma atividade física e o tratamento de gastrite. Mas sabe-se que juntamente com a dieta específica a longo prazo e medicação momentânea, podem trazer bons resultados. Matheus explica também que o exercício moderado libera miosinas, que são hormônios anti-inflamatórios liberados das contrações musculares, podendo diminuir os sintomas da inflamação gástrica. Mesmo assim, exercícios nunca podem substituir outros tratamentos no cuidado com a doença.
Refluxo na atividade física
É comum ouvir queixas de atletas de diversas modalidades sobre refluxo ao praticar esportes. Podemos identificar muitas causas,porém a mais frequente é pela volta do conteúdo estomacal para o esôfago. “Qualquer aumento da pressão abdominal, que ocorre durante a prática de alguns exercícios físicos, aumenta a pressão intra-gástrica (dentro do estômago) e, com isso, aumenta também o risco de ocorrência de refluxo” explica a Dr. Emanuelle Vilela, gastroenterologista.
Principais causas do refluxo na atividade física:
- Mudança na concentração sanguínea: esta relaciona-se com exercícios físicos intensos, prolongados e que agitem o corpo, como treinos de corrida de maratonistas. Neste caso, o fluxo sanguíneo dos órgãos concentra-se na musculatura e pele, e a dor vem do redirecionamento do sangue.
- Alimentação: é essencial um bom intervalo entre a alimentação e o começo do treinamento. Se tratando de refeições mais pesadas, o intervalo deve ser maior ainda. Além do tempo, alimentos ricos em proteínas e fibras, não gordurosos e ricos em probióticos são os mais indicados.
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Ingestão de ar: é recomendado evitar engolir ar durante os exercícios e desenvolver a respiração correta. A deglutição de ar incorreta acarreta em distensão abdominal, em outras palavras, na sensação de inchaço e produção de gases.
- Compressão do estômago: “Devido a intensidade e esforço, o esfíncter gastro esofágico pode sofrer pressão e permitir que o conteúdo acidificado do estômago suba ao esôfago, causando acidez, queimação, etc” explica a nutricionista do grupo Bioritmo, Fúlvia Gomes. Exercícios deitados também influem no bolo alimentar que pode voltar. O Dr. Gabriel Ganme, especialista em medicina esportiva, explica a compressão do estômago com a situação hipotética em que o atleta se alimenta e depois começa uma sessão de abdominais numa aula de crossfit. A compressão do estômago pode fazer o alimento voltar e pressionar o esfíncter.
Psicológico x gastrite x atividade física – como equilibrar?
O esporte no geral tem um efeito positivo para o psicológico pois promove a liberação de endorfina, neurotransmissor que produz a sensação de felicidade, o que auxilia no controle de desequilíbrios emocionais. O refluxo gastroesofágico é uma doença que pode ter causas psicossomáticas, ou seja, pode ser agravado por estresse psíquico, ligadas à ansiedade e nervosismo, que em picos podem gerar episódios de crise com agravamento dos sintomas.
“Quando era mais novo, praticava handebol e tinha crises de gastrite pelo nervosismo em semifinal e final de campeonato do circuito que competia”, conta Vinicius Lucena, estudante de jornalismo que sofre de gastrite desde a infância. Por mais que tentasse equilibrar o estresse emocional, buscando uma alimentação melhor, controlando a ansiedade, as crises estomacais por vezes venciam.
A Dr. Emanuelle esclarece que por vezes a competitividade excessiva e o esgotamento físico, por mais que varie seus impactos de pessoa para pessoa, pode ter efeito contrário aos benefícios das atividades físicas. “Recomendo que o indivíduo procure atividades mais prazerosas, sem muita cobrança. Inclusive, considerando o fator psicológico, eu considero esportes como boxe e dança opções extremamente valiosas”, sugere o especialista Mateus Baltar.
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Atividades físicas ideais para quem sofre de refluxo
Se exercícios têm o poder de fazer bem e de fazer mal para os pacientes de gastrite, nos resta a dúvida: qual o melhor tipo então? A nutricionista Fúlvia explica “Especificamente para a gastrite, exercícios que não causem muito impacto (bicicleta, caminhada) e nem exijam grande levantamento de peso (musculação, exercícios localizados) são bem indicados” .
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