A natação é um esporte fantástico que combina toda a força, flexibilidade e resistência do corpo. Os nadadores, infelizmente, estão propensos a lesões pelo uso excessivo do ombro, pescoço, parte inferior das costas e joelhos. Você sabia que o nadador mediano executa de 1 a 2 milhões de braçadas anualmente com cada braço? Não é de se admirar que a partir de uma perspectiva ortopédica, as condições de uso excessivo predominam como o tipo de lesões que os nadadores encontrarão. Além disso, existem outros fatores que podem causar muitas lesões na natação.
O nado livre ou crawl, se mecanicamente for feito de maneira errada, pode implicar em problemas de ombro. Da mesma forma, o braço, no nado borboleta e de costas podem causar síndromes de estresse no cotovelo. Já com o seu pontapé especializado no nado de peito, lesões no joelho podem ocorrer. Cerca de 90% das queixas por nadadores estão relacionados a problemas de ombro.
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O “ombro de nadador” é a lesão mais comum vista pelo médico do esporte. Algumas características são: inflamação do tendão do supraespinal e do bíceps dentro do espaço subacromial, levando a uma síndrome do impacto do ombro. O início dos sintomas é frequentemente associado com postura alterada, aumento da mobilidade articular glenoumeral (ombro), controle neuromuscular ou desempenho muscular deficitário. Erros de treinamento, como overtraining, sobrecarga ou técnica deficiente também podem contribuir para esta condição.
Outras lesões na natação
Muitos nadadores têm laxidade (frouxidão) ligamentar inerente, e cursam com instabilidade multidirecional no ombro. No entanto, todos os nadadores desenvolvem desequilíbrios musculares onde os adutores e rotadores internos do braço se desenvolvem mais (devido à natureza da natação). Isso deixa uma fraqueza relativa dos rotadores externos e dos estabilizadores escapulares, simplesmente porque eles não são tão ativados quanto os opositores.
Consequentemente, este excesso de desequilíbrio muscular e/ou má técnica resulta numa laxidade da cápsula anterior. Tudo isso culmina e permite que a cabeça do úmero se mova para frente e para cima, comprometendo o espaço subacromial (onde os tendões do supraespinhal e do bíceps passam) causando uma irritação/impacto no ombro do nadador.
Outras lesões comuns de natação podem ser as síndromes do estresse colateral medial, patelofemoral, plica sinovial medial, que acontecem nos joelhos dos nadadores de peito. Nos pés e tornozelo, as tendinites nos tendões extensores são as mais comuns. Nos cotovelos, além das síndromes de estresse, existe a epicondilite lateral. Nos pulsos e mãos, a tenossinovite de de Quervain e a Síndrome do desfiladeiro torácicoe na coluna, existem chances de desenvolver a espondilólise, espondilolistese, cisfose de Scheuermann e a doença degenerativa do disco.
As causas das lesões
Existem vários fatores que podem predispor um nadador a desenvolver uma lesão. O médico deve identificar e corrigi-los para reduzir o risco de desenvolver uma lesão. Alguns dos fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de uma lesão incluem: reabilitação deficiente após uma lesão anterior; rigidez articular ou inchaço; contratura muscular; anomalias ósseas; fraqueza muscular; má controle motor e planejamento motor; amplitude articular inadequada; períodos de recuperação inadequados de treino e competição; pobre aquecimento e alongamento; má estabilidade do core; pobre propriocepção ou equilíbrio
Prevenção de lesões
Evidências sugerem que a gestão de lesões deve concentrar-se na prevenção e tratamento precoce, abordando as deficiências associadas à condição e analisando métodos de treinamento e mecânica das braçadas. .Uma grande parte da gestão de uma lesão envolve a comunicação entre pais, treinadores e seu médico não só para melhorar a recuperação, mas evitar lesões. Isso se chama: treinamento do gesto esportivo.
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Tratamento de lesões na natação
O mais importante é encontrar a causa lesão e modificar a técnica da braçada, corrigindo-a para evitar a ocorrência de recorrências. As modalidades de tratamento mais comuns incluem: Adote uma boa técnica de braçadas. Evite o overtraining (sobrecarga de treinos), mudando os estilos; fortaleça o core, reforce o manguito rotador e faça exercícios de fortalecimento pré, pós e durante a temporada de natação; massageie a musculatura – fisioterapia analgésica e motora; mobilizações e manipulações; sescanso, gelo, compressão,e elevação; Acupuntura / agulhamento seco.
*Fonte: Ana Paula Simões, ortopedista e professora instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
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