Quando a gente fala de esporte, muitas pessoas questionam o quanto é saudável a prática esportiva de alta intensidade que, por sua vez, não está relacionada exclusivamente aos atletas profissionais.
Podemos observar diversos atletas amadores treinando em alta intensidade e ainda, se sobrecarregando com outras atividades do dia-a-dia como trabalho e estudo.
Essa dúvida surge, principalmente, pelo alto número de lesões e, também, pelas dores observadas após a interrupção da prática esportiva (“aposentadoria”).
Diante disso, tenho focado meus estudos na prevenção de lesões; pois acredito muito no esporte, e reconheço os enormes benefícios para saúde, qualidade de vida, autoestima.
Portanto, reduzindo o número de lesões, esse conceito de que o treinamento intenso é prejudicial à saúde, cairá por terra. Então, vamos entender porque as lesões acontecem e como preveni-las:
Trabalhando há alguns anos com o esporte, é possível entender que a principal razão para que as lesões aconteçam é o desequilíbrio associado a um plano de trabalho inadequado.
Mas, você pode estar se perguntando agora: qual tipo de desequilíbrio? E eu te respondo assim: todo tipo de desequilíbrio – de força, de amplitude de movimento, de temperatura, postural. E a comparação pode ser com o lado contralateral ou mesmo entre regiões anteriores e posteriores.
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Vou explicar melhor: se você tem a perna direita mais forte que a esquerda e faz algum exercício de salto, o que lhe parece mais razoável? Absorver o impacto do salto com a perna direita ou esquerda? Parece ser com a direita, porque é mais forte, tem mais músculos e condições de te segurar melhor para não cair, certo? Claro que a perna esquerda também tem seu papel, mas geralmente, se há desequilíbrio de força, haverá desequilíbrio na “transmissão de energia na aterrissagem”.
Sabe onde a gente pode ver isso bem claramente? Nos testes de força usando plataforma de força ou mesmo em imagens termográficas. Observe essa imagem termográfica.
Veja como o lado direito da atleta está mais vermelho (mais quente) que o esquerdo.
Portanto, o risco de uma lesão acontecer, neste lado mais forte é real; pois, apesar de ser mais forte, absorve, consideravelmente uma maior quantidade de impacto.
O mesmo aconteceria para um desequilíbrio de amplitude de movimento, ou postural. Um desequilíbrio de amplitude de passada na corrida, por exemplo, pode sobrecarregar os músculos flexores de quadril, tornando-se um fator de risco para uma lesão.
Além dos desequilíbrios, o plano de trabalho inadequado também contribui para o aumento de lesões. E isso é outro tema para conversarmos: efeito da carga de treino. Assim, como prevenir?
A primeira ação é identificar os desequilíbrios existentes. E uma boa avaliação médica em conjunto com o fisioterapeuta é capaz de identificá-los. Em um segundo momento, elaborar um plano de ação, individual, para correção desses desequilíbrios.
E o que é o melhor em tudo isso? A correção, o “tratamento”, também acontece por meio do exercício. E com isso, as dores reduzem bastante, diversas lesões deixam de existir, e o melhor, não tiramos o atleta do que ele mais gosta de fazer: treinar. Prevenir lesão, também é performance!
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