Normalmente, a bartolinite não tem sintomas e pode ser tratada facilmente. Entretanto, há casos em que causa dor, desconforto ou, até mesmo, pode ser necessário cirurgia para removê-la. A ginecologista e obstetra Ana Flávia Araújo Litwinczuk (CRM-SP 128883) falou mais sobre a doença, sintomas e possíveis tratamentos. Acompanhe na matéria!
O que é bartolinite?
Segundo a ginecologista, “as glândulas de Bartholin são responsáveis pela produção de muco lubrificante da vulva e vagina, principalmente durante o ato sexual. Quando há alteração dessas glândulas, ocorre a formação de cistos e abscessos (cistos infectados), também chamados de bartolinite.”
Causas da bartolinite
Pode haver obstrução do orifício ductal das glândulas de Bartholin e, consequentemente, a dilatação pela produção mucosa da glândula. “Essa obstrução pode ser causada por inflamação, trauma ou alterações da própria consistência do muco. Geralmente são assintomáticos, porém, quando apresentam grande volume, podem causar dor e dispareunia (dor durante a relação sexual)”, explica Ana Flávia.
Bartolinite é transmissível?
A ginecologista informa que, “quando há um quadro infeccioso associado, isto é, o cisto apresenta muco purulento, os agentes causais em geral são bactérias oportunistas, como espécies de staphilococcus, streptococcus e, principalmente, E. coli. Com isso, não consideramos o quadro de bartolinite transmissível, porém não excluímos bactérias, como a chlamydia trachomatis e a neisséria gonorrhoeae, como possíveis causadoras, e que são transmissíveis sexualmente.”
Sintomas da bartolinite
De acordo com as informações da ginecologista, geralmente a doença é assintomática. No entanto, pode apresentar os seguintes sintomas:
- Dispareunia (dor durante a relação sexual)
- Desconforto para se sentar e andar
- Vermelhidão
- Queimação
- Inchaço dos grandes lábios
- Muco purulento
É importante estar atenta às alterações e sempre consultar um(a) ginecologista para indicar o melhor tratamento.
Tratamento da bartolinite
“Geralmente, a doença pode ser tratada com compressa quente no local, 3 vezes ao dia, por um longo período, o que leva à drenagem espontânea. Já nos abscessos, precisamos associar a drenagem ao uso de antibióticos para combater a infecção, além de uso de analgésicos e/ou anti-inflamatórios para controlar a dor. Em ambos os casos, a doença regride em média em 14 dias”, orienta a ginecologista.
Em casos recorrentes, é sugerido o tratamento cirúrgico, com intuito de evitar um novo quadro. “Nesse caso, pode ser feita a marsupialização (realização de um ponto de drenagem permanente que impede uma nova obstrução local) ou a exérese da glândula de Bartholin. Tais procedimentos não podem ser feitos na vigência do quadro infeccioso ativo, e são feitos em condição eletiva para diminuir intercorrências”, acrescenta Ana Flávia.
A doença pode ser evitada com medidas simples, como usar preservativo nas relações sexuais, boa higienização da região íntima e cuidados ao se depilar com lâminas para prevenir microtraumas, além de evitar usar roupas muito apertadas e calcinha de material sintético. Para saber mais sobre como cuidar da região íntima, conheça o hidratante vaginal e suas indicações.
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