quarta-feira, 10 de julho de 2019

Condropatia: infiltração no joelho com acido hilaurônico é uma opção para atletas?

Sem duvidas, doença cartilaginosa, tanto a traumática aguda, quanto a degenerativa, é um grande desafio para a medicina atual, principalmente em pacientes jovens e ativos.

A doença cartilaginosa ou condropatia é caracterizada por dor, inchaço (derrame articular) e perda de massa muscular, conhecido no meio medico como inibição aterogênica do quadríceps.
Por se tratar de um tecido avascular (sem vasos sanguíneos) e de baixa celularidade (possui 5% de células e 95% de matriz extra-celular), cartilagem articular é um tecido de baixo “turn over”com potencial limitadíssimo e quase nulo de regeneração espontânea. Por este motivo, diversas técnicas e implantes tem sido desenvolvidos na tentativa de se preencher a área lesionada, da reversão dos sintomas e do retorno ao esporte.

Apesar de termos resultados supreendentemente bons, principalmente como novas técnicas como a biomebrana de colágeno, a grande maioria das vezes, estas são indicadas para as chamadas lesões focais, onde o defeito cartilaginoso fica restrito a uma área do joelho, sendo ela pequena ou extensa, especialmente em pessoas mais jovens.

Já as chamadas condropatias degenerativas crônicas como a condromalacia e a artrose sempre tiveram a reabilitação e medicações como principal arsenal de tratamento. Nestes casos, o grande desafio dos fisioterapeutas sempre esteve no alivio plano de sintomas para a progressão ao fortalecimento. Mas, nem sempre existe êxito nesta batalha, pois os exercícios (mesmo os mais leves) podem desencadear dor, irritação no joelho e, consequente inibição muscular. Em outras palavras: a quebra do ciclo vicioso é muito difícil, principalmente em pessoas com baixo limiar para a dor e sem memoria muscular previa.

Com a chegada de novas medicações no tratamento das condropatias, as alterações na molécula do acido hialuronico injetável trouxeram excelentes e promissores, principalmente ao grupo de atletas e esportistas, de tratamento não cirúrgico.

Foto: Adobe Stock

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O que é o acido hialuronico?

O acido hialuronico é produzido naturalmente por células da membrana sinovial e, junto a outras moléculas, compõe o “liquido sinovial “, responsável pela lubrificação e nutrição do tecido cartilaginoso.

A criação do acido hialuronico exógeno (sintético) para a infiltração articular começou nos anos 90. Inicialmente, acreditava-se que seu efeito seria puramente por mecanismo hidráulico. Ou seja, aumentando a superfície de contato cartilaginosa e assim reduzindo se a pressão articular.

Quais seus efeitos na articulação?

Os resultados iniciais encorajaram a comunidade cientifica a estudar melhor o efeito biológico dos produtos e pesquisas publicadas nos últimos cinco anos em revistas científicas médicas mostraram que teria efeitos como a redução da ativação de células inflamatórias responsáveis pelo desencadeamento da cascata inflamatória que causa destruição articular da artrose, estímulo da produção do próprio acido hialuronico (endógeno), com melhoria da viscosidade do liquido sinovial e ação direta e receptores de dor articular causando analgesia prolongada.

Quem deve ser submetido à viscossuplementação?

A indicação da visco-suplementação varia de paciente a paciente e a composição do produto, pelo grau da lesão cartilaginosa. É importante que além dos exames de imagem, seja feito um teste biomecânico direcionado ao esporte para avaliar a função muscular que invariavelmente estará afetada pela doença pré-existente.

E os atletas?

Apesar de controverso, seu uso em atletas tem sido defendido por alguns autores. O argumento é de que o procedimento estaria ligado a uma reabilitação e retorno ao esporte mais rápidos, se comparados e qualquer procedimento cirúrgico cartilaginoso, onde o tempo médio de recuperação gira em torno de 06 a 08 meses.

Concluindo

A visco-suplementação nunca deve ser instituída como terapia única e sim sempre associada um boa reabilitação, seguida de fortalecimento e reequilíbrio muscular. Pessoalmente, considero o procedimento como adjuvante à reabilitação tradicional e NUNCA como monoterapia.

É importantíssimo que o médico explique muito bem os efeitos desejados da infiltração, possíveis efeitos colaterais e que o paciente tenha sempre em mãos o nome do produto utilizado na infiltração. Infelizmente, é muito comum atender pessoas que não sabem que produto foi utilizado em seu joelho.
Nos próximos anos, pesquisas futuras deverão ser publicadas dos efeitos articulares. Provavelmente, novos produtos deverão serem lançados no mercado, visando cada vez mais, benefícios biológicos e mecânicos à cartilagem, bloqueando a evolução da doença.

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