Existem diferentes métodos contraceptivos destinados às pessoas que (ainda) não desejam engravidar. A esponja contraceptiva não é a escolha mais comum, mas não deixa de ser uma opção. Como outros métodos, tem suas vantagens e desvantagens. Destaca-se, por exemplo, por ser uma alternativa não hormonal; em contrapartida, apresenta baixa eficácia quando comparada ao uso da camisinha e alguns outros métodos.
Para a Dra. Bruna Pitaluga (CRM-DF 13.157), ginecologista do Hospital Santa Lúcia e membro titular da Sociedade Brasileira de Ginecologia, a esponja contraceptiva é pouco utilizada no Brasil por questões óbvias: existem métodos mais eficazes que ela no mercado. Saiba como é a esponja, como funciona e esclareça todas as suas dúvidas sobre este método de barreira vaginal.
O que é esponja contraceptiva?
Dra. Bruna explica que a esponja tem a função de método de barreira e o espermicida é adicionado para melhorar o resultado da contracepção.
A esponja contraceptiva pode ser encontrada à venda em algumas farmácias, mas ainda não é tão popular aqui no Brasil. O custo fica em torno de R$30 a R$100.
Como funciona a esponja contraceptiva?
A esponja contraceptiva é feita de poliuretano (material normalmente utilizado para fabricação de esponjas) em formato de um disco pequeno, contendo uma cavidade ao meio e uma alça (para facilitar a remoção).
Ao ser inserida, a esponja vai bloquear a entrada do colo uterino ao mesmo tempo em que libera o espermicida presente nela, o Nonoxynol-9. As duas medidas visam impedir, juntas, a entrada dos espermatozoides no útero e, consequentemente, a fertilização do óvulo.
A esponja deverá liberar o espermicida o tempo todo, mantendo a mulher protegida contra uma possível gravidez por até 24 horas.
Vantagens e desvantagens
Mas, vale a pena usar a esponja contraceptiva? Por que escolher a esponja em vez de outros métodos? Avalie suas vantagens:
- Pode ser usada somente quando houver relação sexual;
- É facilmente levada a qualquer lugar;
- Não sofre interferências se a mulher estiver tomando alguma medicação;
- É livre de hormônios;
- Pode ser usada inclusive durante a amamentação;
Em contrapartida, o método tem as seguintes desvantagens:
- Baixa eficácia;
- Possível interferência na espontaneidade da relação sexual (caso o casal precise interromper o ato para a mulher inserir a esponja);
- Atenção ao número de horas que a esponja permanecerá no local (se ficar mais do que o indicado, pode levar a infecções sérias);
- O uso exige certa prática na colocação e retirada da esponja;
- O material pode causar alergia em algumas pessoas<;/li>
- Não protege contra doenças sexualmente transmissíveis.
Como no caso de outros métodos contraceptivos, as vantagens e desvantagens podem ser mais ou menos significativas para uma mulher do que para outra. Ou seja, a escolha por usar ou não a esponja contraceptiva é muito pessoal. O importante é que a mulher conheça as particularidades de cada método e, preferencialmente, conte com as orientações de seu/sua ginecologista para fazer a melhor escolha.
Como usar a esponja contraceptiva
Bruna explica que a mulher deve inserir a esponja dentro da vagina antes da relação sexual e mantê-la ali para ter eficácia contraceptiva. “O procedimento é simples, como inserir um absorvente interno. Uma vez que a mulher domine a técnica de inserção, a utilização é muito fácil”, comenta.
A esponja pode ser inserida algumas horas antes ou no momento da relação. O primeiro passo deve ser lavar as mãos. Recomenda-se ainda umedecer e espremer levemente a esponja para que isso ative o espermicida. Ela deverá ser inserida com a cavidade virada para cima e a alça para baixo. Para isso, dobre-a no meio e empurre-a para cima o máximo que der até que ela recubra o colo uterino.
Após o sexo, a esponja deve ser mantida no lugar por pelo menos 6 horas. Mas, vale destacar, não deverá ficar na vagina por mais de 30 horas seguidas.
Na hora de tirá-la, puxe a esponja cuidadosamente pela alça. Jogue-a fora imediatamente depois disso.
Mais dúvidas sobre esponja contraceptiva resolvidas
Por se tratar de um produto diretamente relacionado à saúde e proteção da mulher, é natural que surjam dúvidas sobre sua utilização. Confira o esclarecimento para as principais questões abaixo:
Para quem é recomendado o uso de esponja contraceptiva? De acordo com a Dra. Bruna, para todas as mulheres que optarem por esse método contraceptivo. A mulher deve sempre ter ciência das vantagens e desvantagens de cada método e, preferencialmente, conversar com seu/sua ginecologista, para ter ajuda ao escolher qual é o mais indicado para o seu caso.
Existem riscos no uso de esponja contraceptiva? “Mulheres alérgicas aos componentes da esponja podem ter reações”, responde a médica. Além disso, vale reforçar que, caso a esponja permaneça por mais de 30 horas na vagina – o que não é recomendado –, pode causar um grave quadro infeccioso.
Qual a eficácia da esponja contraceptiva? Baixa, responde Bruna. “A esponja protege em 76% dos casos, uma eficácia baixa quando comparada ao dispositivo intrauterino de cobre, por exemplo, que é de 99,2%”, acrescenta.
A esponja contraceptiva é descartável? “Sim. Uma vez retirada de dentro da vagina, ela deve ser descartada”, lembra a ginecologista.
Existe diferença na eficácia para mulheres que já tiveram filhos? Esta é uma dúvida frequente, pois há quem diga que a esponja pode não funcionar tão bem em mulheres que já tiveram filhos e, devido a isso, tenham tido estiramento da vagina e do colo uterino, o que não permitiria que a esponja se encaixasse bem. Porém, de acordo com a ginecologista, não há diferença na eficácia.
A esponja contraceptiva evita DST’s? Não, reforça Bruna. “A esponja contraceptiva não previne DST’s e o uso concomitante do preservativo é indicado”, orienta.
Quais são os possíveis efeitos colaterais da esponja contraceptiva? “As reações alérgicas aos componentes da esponja, ela sair do lugar e ela se desfazer dentro da vagina durante as relações sexuais são as queixas mais comuns”, explica Bruna.
Qual a diferença entre esponja contraceptiva e outros métodos de barreira (capuz cervical, diafragma)? “Todos são métodos de barreira. A esponja é um método de barreira acrescido do espermicida na tentativa de melhorar a sua eficácia. No entanto, como já disse anteriormente, a esponja tem eficácia baixa.”
Agora você já sabe o que é e como funciona a esponja contraceptiva e, se for o caso, poderá conversar sobre a utilização dela com seu médico(a) de confiança. Lembre-se, porém, que ela não exclui a necessidade do uso do preservativo no que diz respeito à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
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