quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Ex-recordista mundial nos 42K, Wilson Kipsang, é suspenso por doping

Na última sexta-feira (10), a Unidade de Integridade de Atletismo (AIU) anunciou que o maratonista queniano Wilson Kipsang, de 37 anos, ex-recordista mundial da maratona, havia sido suspenso provisoriamente por duas violações antidopagem separadas, falhas e adulterações.

Embora, recentemente o esporte tenha acompanhado várias maratonistas quenianas de alto perfil caírem – incluindo a tricampeã de Boston, Rita Jeptoo e a campeã olímpica de 2016, Jemima Sumgong – Kipsang é o maior maratonista masculino a ser suspenso. Wilson correu a Maratona de Berlim 2013 em 2h03min23s para quebrar o recorde mundial, uma de suas cinco maiores vitórias na Maratona (ele também ganhou duas vezes Nova York, Tóquio e Londres), além de ter conquistado a medalha olímpica de bronze em 2012.

Ex-recordista mundial nos 42K, Wilson Kipsang, é suspenso por doping - Foto: Reprodução/Instagram

Foto: Reprodução/Instagram

Kipsang, que sofreu um acidente de carro e sofreu ferimentos leves no Quênia no mês passado, também é o único homem a derrotar Eliud Kipchoge em uma maratona (Berlim 2013).

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Wilson, que teve em sua corrida mais recente um tempo de 2h09min18s na 12ª colocação na Maratona de Londres em abril de 2019, foi o maratonista de maior sucesso dos anos 2010, além de Kipchoge, um dos maiores de todos os tempos.

A AIU não divulgou mais detalhes sobre o caso, além das acusações de falhas e adulterações do paradeiro. Se mantida, Kipsang enfrentará uma suspensão de quatro anos.

A entidade continua mostrando que está disposta a buscar os maiores nomes do esporte. As campeãs olímpicas Sumgong, Ruth Jebet e Asbel Kiprop foram suspensas nos últimos anos, assim como o ex-recordista mundial dos 21K, Abraham Kiptum. Tais medidas mostram que o Quênia continua tendo um sério problema com doping.

Como no caso do queniano, quando um atleta é banido por falhas no paradeiro, pode haver esperança de que ele não tenha realmente se dopado. Casos como o de Brianna Rollins – que foi banida por falhas no paradeiro em 2017 – ou Christian Coleman (que não foi banido, mas registrou várias falhas no paradeiro), os atletas podem apresentar sua defesa, e cabe a entidade acreditar, ou não.

Wilson terá a chance de recorrer também – sua suspensão é provisória por enquanto – mas, é adicionada uma taxa de adulteração, fica mais difícil acreditar no que ele tem a dizer.

A agência de Kipsang, Volare Sports, divulgou a seguinte declaração na sexta-feira (10):

“Como gerente do Sr. Wilson Kipsang, recebemos o Aviso de Carga referente a uma suposta violação da Regra Antidopagem por Wilson. Trata-se de alegadas falhas no paradeiro (artigo 2.4) e alegada violação ou tentativa de violação (artigo 2.5). Neste ponto, é apenas uma acusação.

Enfatizamos que não há caso de uso de doping. Nenhuma substância proibida foi encontrada. A acusação sobre a suposta tentativa de adulteração (artigo 2.5) diz respeito a uma explicação que foi dada no processo de gerenciamento de resultados referente a uma possível falha do paradeiro e não diz respeito à adulteração de um teste de doping.

Na pendência do caso e de nossa própria investigação, não comunicaremos mais nada sobre ele.”

Ex-recordista mundial nos 42K, Wilson Kipsang, é suspenso por doping - Foto: Reprodução/Instagram

Foto: Reprodução/Instagram

O histórico de Wilson Kipsang

O atleta foi considerado dopado em um teste de doping fora da competição em novembro de 2014 – no mesmo mês em que venceu a Maratona de Nova York – quando disse que estava na África do Sul para participar de uma conferência global de atletismo. Na época, ele criticou o ‘Athletics Kenya’ por anunciar publicamente o teste perdido (na época, três testes perdidos em um período de 18 meses provocaram uma suspensão; o teste perdido foi o primeiro de Wilson).

Em 2015, após a suspensão de Rita Jeptoo, Kipsang mudou a culpa pelos problemas de doping do Quênia para longe dos atletas, e disse acreditar que mais de 99% dos quenianos estavam limpos. Ele pediu ao ‘Athletics Kenya’ para educar melhor os atletas sobre o assunto.

“Temos pessoas aproveitando a ignorância de alguns caras, principalmente, para matar o esporte”, disse Kipsang ao jornal britânico ‘The Guardian’. “Há muitos problemas em andamento, que as pessoas não entendem. Muitos dos atletas não sabem o que é EPO. As pessoas têm um plano para destruir a carreira do atleta por causa das diferenças entre os atletas, ou entre o atleta e a federação. Um gerente pode levar um atleta a um médico e ele recebe algo e, quando chega a ser testado, ele é acusado como positivo”.

“Não é bom para um país como o Quênia ou para o atletismo, mas o número de atletas quenianos que se doparam é inferior a 1%”, disse ele. “Muitos fizeram testes e são muito limpos. Eles devem ser confiáveis”.

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Kipsang também atuou como presidente da Associação de Atletas Profissionais do Quênia, um sindicato que ele fundou em 2014 para representar os interesses dos atletas contra o ‘Athletics Kenya’.

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