domingo, 29 de setembro de 2019

Saiba o que é útero retrovertido e se é necessário tratá-lo

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O Dispositivo Anticonceptivo Intrauterino, popularmente conhecido como DIU, é considerado o mais eficaz contraceptivo reversível do mercado.

Segundo o ginecologista Rodrigo da Rosa Filho, apesar deste método ainda ter pouca taxa de uso, ele vem crescendo exponencialmente em popularidade, especialmente na última década.

A escolha da opção mais adequada deve ser feita sempre com orientação médica, pois, como todo método contraceptivo, tem seus prós e contras.

Saiba mais sobre o DIU, tire suas dúvidas e descubra se ele é uma boa alternativa para você.

9 dúvidas sobre o DIU respondidas

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O ginecologista esclarece algumas das dúvidas mais comuns sobre o DIU:

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1. Como funciona o DIU?

De acordo com o profissional, há diferentes tipos de DIU, mas a maioria é feita de polietileno, com ou sem adição de substâncias metálicas (cobre) ou hormonais (progesterona). “Quando implantado, o DIU cria um ambiente intrauterino hostil aos espermatozoides, evitando a chegada deles até as trompas ou tendo efeito espermicida”, diz Rodrigo.

2. Como colocar o DIU?

“Quando a paciente, em conjunto com o seu médico, opta pelo DIU, o ginecologista insere a peça no útero por meio de um procedimento cirúrgico. O dispositivo pode ficar alojado de cindo a 12 anos, dependendo da sua estrutura”, explica o médico.

3. Como é a retirada do DIU?

A validade da eficácia do DIU de cobre pode chegar a 10 anos, enquanto o hormonal dura cinco. Mas, se a paciente quiser retirar antes, não há problemas. Rodrigo esclarece que “o ideal é esperar seis meses, pelo menos – tempo em que os efeitos ainda estão se adaptando ao corpo. Depois disso, pode ser retirado no consultório, tracionando o dispositivo pelos fios deixados visíveis. Caso eles não sejam alcançados, pode ser necessária a sedação ou retirada em bloco cirúrgico”.

4. Qual é o preço do DIU?

O valor do DIU varia muito de acordo com o produto escolhido e a taxa de colocação cobrada pelo profissional de saúde. Em média, custa entre R$ 70,00 a R$ 700,00 reais e a colocação entre R$ 250,00 a R$ 600,00. Mas uma vantagem é que a colocação do DIU está prevista na maioria dos planos de saúde e o SUS também oferece a inserção gratuita (de cobre).

“De forma geral, o DIU de cobre costuma ser um dispositivo mais barato e mais acessível à população como um todo. Levando em conta que o dispositivo pode durar até dez anos, seu uso pode compensar financeiramente em relação aos gastos com outros métodos anticoncepcionais como pílulas”, comenta o especialista.

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5. Quais as chances de engravidar usando o DIU?

O médico diz que o DIU, quando implantado, funciona como uma barreira mecânica que impede a gravidez. Mas, se a mulher quiser engravidar, a indicação é que o dispositivo seja retirado cerca de três meses antes de tentar a concepção, para que o organismo tenha tempo suficiente para voltar à sua normalidade fisiológica e a gestação ter mais chances de sucesso.

6. O DIU protege contra DSTs?

O DIU de cobre ou hormonal é um método contraceptivo e não protege contra doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, é ainda necessário o uso da camisinha.

7. Quais são os riscos do DIU?

“É possível que no momento da colocação do DIU o músculo se contraia e ele acabe entrando no miométrio. Em alguns casos, pode migrar para a cavidade abdominal e a pior consequência possível é a perfuração do intestino”, alerta o ginecologista.

8. Qualquer mulher pode usar o DIU?

“O método é indicado para pacientes em idade fértil, desde que não haja suspeita de gravidez, má formação congênita do útero, neoplasias uterinas, sangramento uterino de causa desconhecida, coagulopatias, doença inflamatória pélvica, cérvices e risco de doenças sexualmente transmissíveis”, explica Rodrigo.

9. Tem alguma contraindicação?

Segundo o médico, apesar de muito eficaz e ajudar a evitar as reações secundárias causadas por hormônios, o dispositivo pode ter alguns efeitos secundários. “Nos primeiros três meses após a colocação do DIU, a paciente pode perceber um agravamento nas cólicas menstruais, aumento no tempo do período menstrual em cerca de um dia e ainda ter hemorragias uterinas”, diz.

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Com as dúvidas esclarecidas, fica mais fácil repensar seu método contraceptivo e considerar as possibilidades que o DIU oferece.

Tipos de DIU

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As duas opções de DIU são o de Cobre e o Hormonal. O ginecologista Rodrigo da Rosa Filho explica as características e as diferenças entre cada um deles:

DIU de Cobre: é um aparelho pequeno e flexível, em formato de T, que é colocado dentro do útero em procedimento no consultório médico. Atua em diferentes etapas do processo reprodutivo, desde tornar difícil a passagem do espermatozoide até prevenir a implantação do óvulo na parede uterina. Seus efeitos duram cerca de 10 anos. Não necessita de manutenção mensal, apenas visitas periódicas à ginecologista e ecografia para avaliar se está adequadamente posicionado. Pode causar alterações no ciclo, principalmente nos primeiros três meses. São comuns relatos de fluxo aumentado, sangramento nos intervalos entre as menstruações e cólicas mais intensas, variando de mulher para mulher.

DIU Hormonal: O Sistema intrauterino (SIU) ou Mirena, também conhecido como DIU hormonal, libera hormônios no organismo, impedindo que o espermatozoide encontre o óvulo. Assim como o DIU de cobre, precisa ser colocado no consultório médico. Por ser hormonal, há diminuição de fluxo e duração das menstruações. A taxa de eficácia é alta, semelhante à métodos contraceptivos como a ligadura de trompas e o DIU de cobre. Dura até cinco anos. Assim como o DIU de cobre, há casos raros de perfuração da parede do útero ou de deslocamentos.

O especialista ressalta que uma consulta prévia é necessária, para que o ginecologista possa conhecer melhor a paciente, e, juntos, possam decidir pelo mais adequado.

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DIU x Outros métodos

Definir o melhor método contraceptivo depende das características do organismo, da rotina e dos hábitos de cada mulher. Conheça as diferenças do DIU comparado com os outros métodos:

Imagem: Dicas de Mulher

Pílula anticoncepcional

A pílula é ministrada de forma contínua e requer ingestão diária dos comprimidos. A cartela, que pode conter de 21 a 28 comprimidos, deve ser iniciada no primeiro dia do ciclo menstrual.

Quando usada corretamente, previne a gravidez em mais de 99% das vezes, mas pode ter efeitos colaterais como enjoos e dores de cabeça, além de sangramentos (escapes durante o mês) e inchaço em razão da retenção de líquido.

A mulher que quer usar a pílula anticoncepcional só não pode ser fumante, pois aumenta o risco de infarto e doenças cardiovasculares. Já o DIU, embora também possa apresentar algum efeito colateral, não precisa ser lembrado diariamente e a mulher pode ficar mais despreocupada.

Anel vaginal

Ele é uma peça maleável, de formato arredondado e feita de poliuretano, que é introduzida na vagina como se fosse um absorvente interno. Pode ser inserido pela própria mulher e fica no interior da vagina durante 21 dias.

Funciona liberando hormônios que, como os presentes na pílula, inibem a ovulação – pequenas doses da substância são liberadas diariamente e absorvidas pela parede da vagina.

Em caso de desconforto ou expulsão, o anel pode ficar até três horas fora do corpo, ser higienizado e recolocado pela própria mulher sem problemas. Ao contrário do DIU, não precisa ser colocado por um médico. Por outro lado, o DIU não precisa ser recolocado todo mês.

Injeção

As injeções anticoncepcionais podem ser mensais ou trimestrais. Após a aplicação, a substância fica armazenada na musculatura e vai sendo absorvida pelo corpo gradativamente. As que são ministradas trimestralmente não possuem o mesmo efeito positivo para a pele. Assim como o DIU, o procedimento é feito uma vez e não é preciso ter uma lembrança diária.

Adesivo

Assim como o anel vaginal, o hormônio do adesivo anticoncepcional é absorvido pela pele em pequenas quantidades diariamente durante uma semana. Após a aplicação (que deve ser feita no primeiro dia da menstruação), ele deve ser trocado semanalmente e uma pausa deve ser feita após a terceira semana, para que a menstruação desça. A principal desvantagem em relação ao DIU é a necessidade de troca constante, além do risco de se soltar da pele.

Diafragma

O diafragma é um método de barreira, ou seja: enquanto os outros métodos interferem diretamente no ciclo menstrual, os de barreira funcionam localmente e têm sido cada vez mais procurados por mulheres que não se adaptam com o uso de hormônios.

O diafragma é feito de silicone, lembra um capuz e deve ser encaixado no fundo da vagina pela própria mulher, assim como os coletores menstruais. Também pode ser utilizado junto com a camisinha e não corre o risco de sair do lugar durante a transa por criar um vácuo na região.

Deve ser colocado apenas na hora do ato sexual ou minutos antes e, além disso, a mulher deve utilizar um gel espermicida para aumentar a eficácia. Ele só pode ser retirado da vagina seis horas após a relação, garantindo que todos os espermatozoides já tenham morrido.

Apesar de ser fácil de encontrar, é necessário consultar seu ginecologista para saber qual é o tamanho adequado para você.

Camisinha

Também é um método de barreira, sem nenhuma interferência hormonal no ciclo. Vale lembrar que os preservativos são a única forma de prevenir tanto a fecundação quanto as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A camisinha precisa ser colocada sempre no momento da relação e não pode ser utilizada novamente, ainda que na mesma ocasião – para cada penetração é necessário trocar a camisinha. Quando bem colocada, a camisinha cria um “vácuo” e impede o vazamento de sêmen, mantendo-o armazenado na ponta do preservativo.

O mais importante antes de optar pelo DIU ou por qualquer outro método é avaliar os fatores prós e contras, entender qual se encaixa melhor com seu perfil e consultar um médico para que a escolha seja feita sem riscos e sem consequências indesejadas.

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